You're currently viewing an old version of this dataset. To see the current version, click here.

Hanseníase

A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. A doença tem alta afinidade por atacar principalmente a pele, os nervos periféricos, as vias respiratórias superiores e os olhos. Se não tratada adequadamente, pode levar a deformidades físicas, incapacidades permanentes e complicações graves relacionadas à perda de sensibilidade nas áreas afetadas.

A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade, com registros históricos datando de milhares de anos. No entanto, apesar do longo histórico, a hanseníase continua sendo um problema de saúde pública em muitos países, especialmente em regiões em desenvolvimento, incluindo o Brasil, que ainda registra um número significativo de novos casos anualmente.

Transmissão

A hanseníase é transmitida principalmente por meio de gotículas respiratórias, liberadas por uma pessoa infectada ao falar, espirrar ou tossir. A transmissão, no entanto, exige um contato íntimo e prolongado com o doente, sendo que não há transmissão imediata ou fácil. Além disso, nem todas as pessoas expostas à bactéria desenvolvem a doença, uma vez que o sistema imunológico da maioria consegue combatê-la de maneira eficaz. É importante destacar que, após o início do tratamento, a pessoa com hanseníase deixa de ser contagiosa rapidamente.

Sintomas

Os sinais e sintomas da hanseníase variam de acordo com o grau de comprometimento da pele e dos nervos. Alguns dos principais sintomas incluem:

  • Manchas: Lesões na pele, que podem apresentar mudança de cor (geralmente esbranquiçadas ou avermelhadas), e perda de sensibilidade ao toque, à dor ou à temperatura.
  • Dormência e formigamento: Principalmente nas extremidades do corpo, como mãos, pés e rosto.
  • Inchaço ou dor nos nervos: Os nervos periféricos, em especial os das mãos, pés e cotovelos, podem ficar inchados ou doloridos.
  • Fraqueza muscular: Pode ocorrer nas mãos, nos pés ou no rosto, devido ao comprometimento dos nervos.
  • Úlceras: Lesões mais graves que podem ocorrer em áreas sem sensibilidade.

Classificação da Hanseníase

A hanseníase pode ser classificada em duas formas principais com base na quantidade de bacilos presentes no corpo do paciente: - Paucibacilar (PB): Forma menos severa, com até cinco lesões cutâneas e poucos bacilos presentes. Geralmente, os pacientes não são considerados muito contagiosos. - Multibacilar (MB): Forma mais grave da doença, com mais de cinco lesões cutâneas, maior número de bacilos e maior risco de transmissão.

Diagnóstico

O diagnóstico da hanseníase é feito principalmente por meio de exames clínicos, com a avaliação de lesões cutâneas e sintomas neurológicos. Exames laboratoriais, como a baciloscopia de lesões de pele ou biópsias, podem ser utilizados para confirmar a presença do Mycobacterium leprae.

Tratamento

O tratamento da hanseníase é altamente eficaz e está disponível gratuitamente em muitos países, incluindo o Brasil, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O esquema terapêutico recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é o tratamento com Poliquimioterapia (PQT), que combina diferentes antibióticos para combater a bactéria e prevenir a resistência ao medicamento.

O tratamento dura de 6 meses a 1 ano, dependendo da gravidade da doença (paucibacilar ou multibacilar). A hanseníase é curável e, após o início do tratamento, a pessoa infectada não transmite mais a doença.

Prevenção e Controle

A prevenção da hanseníase envolve a detecção precoce e o tratamento adequado dos casos, bem como o exame de contatos próximos do paciente para identificar possíveis novos casos. O diagnóstico precoce é crucial para prevenir incapacidades e deformidades causadas pela doença, além de interromper a cadeia de transmissão.

Estigma e Preconceito

Apesar de ser uma doença tratável e curável, a hanseníase ainda é cercada por estigmas e preconceitos. Historicamente, pessoas com hanseníase foram isoladas da sociedade, o que contribuiu para a manutenção de mitos e medos em torno da doença. Campanhas de conscientização e educação têm sido fundamentais para reduzir o estigma e promover o acesso ao tratamento adequado.

No Brasil, diversas iniciativas governamentais e de organizações não-governamentais (ONGs) buscam não apenas o controle da hanseníase, mas também a reintegração social dos pacientes curados, garantindo que eles tenham acesso aos seus direitos, incluindo o direito ao trabalho e à educação.

Situação no Brasil

O Brasil é um dos países que ainda enfrenta um número considerável de novos casos de hanseníase. Programas nacionais de controle da hanseníase, aliados à vigilância epidemiológica e ao tratamento acessível, visam reduzir os índices de prevalência da doença e eliminar as incapacidades físicas associadas à infecção.

Resumo

A hanseníase é uma doença que ainda persiste em muitos países, mas que pode ser tratada e curada com intervenção médica adequada. O papel dos gestores de saúde pública, profissionais médicos, e da sociedade em geral, é essencial para garantir a detecção precoce, o tratamento eficaz e a redução do estigma relacionado à doença, permitindo que pessoas afetadas possam se recuperar e reintegrar plenamente à vida social.

Sobre o Conjunto de Dados

Este conjunto de dados tem como objetivo fornecer uma visão abrangente para gestores de saúde, pesquisadores e o público em geral sobre o cenário da hanseníase no estado de Goiás.

Os dados incluem detalhes sobre a identificação dos casos, tais como datas de notificação, diagnóstico e tratamento, além de informações clínicas como a classificação da incapacidade física, forma clínica da doença e resultados da baciloscopia. Também estão presentes dados sociodemográficos, como faixa etária, sexo, raça/cor, escolaridade e ocupação dos pacientes.

Estrutura do Conjunto de Dados

  • CID: Código Internacional de Doenças (CID-10) da hanseníase (A30.9).
  • Data de Notificação: Data em que o caso foi notificado no sistema de saúde.
  • Data de Diagnóstico/Sintoma: Data de início dos sintomas ou do diagnóstico clínico.
  • Tipo de Incapacidade Física Avaliada: Grau de incapacidade física avaliada no momento do diagnóstico.
  • Código do Município de Notificação: Código IBGE do município onde o caso foi notificado.
  • Município de Notificação: Nome do município onde o caso foi notificado.
  • Código do Município de Residência Atual: Código IBGE do município de residência atual do paciente.
  • Município de Residência Atual: Nome do município de residência atual do paciente.
  • Modo de Entrada: Forma de identificação do caso, como novo caso ou encaminhamento de outros serviços de saúde.
  • Tipo de Caso Novo: Descrição da origem do novo caso, como demanda espontânea ou exame de contatos.
  • Data de Início do Tratamento: Data em que o paciente iniciou o tratamento.
  • Data do Último Comparecimento: Última data em que o paciente compareceu para acompanhamento.
  • Data de Alta: Data de alta médica, quando aplicável.
  • Modo de Saída: Situação de saída do paciente, como cura ou ainda em tratamento.
  • Classificação Operacional: Classificação da hanseníase em multibacilar (MB) ou paucibacilar (PB).
  • Esquema Terapêutico Atual: Esquema terapêutico utilizado, como PQT/MB/12 doses.
  • Número de Doses Recebidas: Quantidade de doses do tratamento recebidas até o momento.
  • Número de Contatos Registrados: Número de contatos do paciente que foram registrados.
  • Número de Contatos Examinados: Número de contatos do paciente que foram examinados.
  • Número de Lesões Cutâneas: Quantidade de lesões cutâneas apresentadas pelo paciente.
  • Forma Clínica: Classificação da forma clínica da hanseníase (Virchowiana, Dimorfa, etc.).
  • Número de Nervos Afetados: Quantidade de nervos afetados pela doença.
  • Baciloscopia: Resultado da baciloscopia (positiva, negativa ou não realizada).
  • Faixa Etária: Faixa etária do paciente (ex: 40 a 49 anos).
  • Sexo: Gênero do paciente (masculino ou feminino).
  • Raça/Cor: Autoidentificação da cor/raça do paciente.
  • Escolaridade: Nível de escolaridade do paciente.
  • Ocupação: Ocupação do paciente (quando informada).

Uso dos Dados

Estes dados podem ser usados para:

  • Análise epidemiológica.
  • Estudos acadêmicos.
  • Planejamento de políticas públicas.
  • Acompanhamento do tratamento da hanseníase.

Os dados são atualizados periodicamente para refletir novos casos e mudanças nas condições de tratamento.

Formato dos Dados

Os dados estão organizados em formato tabular, com cada linha representando um caso individual e os respectivos atributos descritos acima.

Dados e recursos

Informações Adicionais

Campo Valor
Última Atualização novembro 1, 2024, 15:01 (UTC)
Criado outubro 24, 2024, 15:01 (UTC)